Uma estrutura geológica impressionante nas águas do México pode ajudar a ciência a entender como a vida sobrevive em condições extremas — tanto na Terra quanto fora dela. O buraco azul conhecido como Taam Ja’, localizado na costa da Península de Iucatã, vem chamando a atenção de pesquisadores ao redor do mundo por suas características únicas e seu potencial para revelar segredos sobre formas de vida em outros planetas.
Com quase 275 metros de profundidade, o Taam Ja’ é o segundo maior buraco azul já registrado no planeta, segundo um estudo recente publicado na revista Frontiers in Marine Science. Para efeito de comparação, sua profundidade equivale à altura de um prédio com mais de 100 andares.
O interior desse sumidouro subaquático é um verdadeiro laboratório natural. Os cientistas encontraram organismos que desafiam o padrão biológico conhecido, vivendo em camadas onde o oxigênio praticamente inexiste e o ambiente é saturado por gases tóxicos, como o sulfeto de hidrogênio.
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Segundo os pesquisadores, esses microrganismos adaptados a condições tão extremas oferecem pistas valiosas sobre a possibilidade de existência de vida em planetas com atmosferas hostis ou sem oxigênio, como algumas luas de Júpiter e Saturno.
Apesar de não esperarem encontrar alienígenas no local, os especialistas acreditam que estudar a biodiversidade do Taam Ja’ pode ajudar a entender como a vida surgiu e evoluiu na Terra há milhares de anos e como ela poderia se desenvolver em outros cantos do universo.
A exploração, no entanto, é um desafio técnico e de segurança. A presença de gases tóxicos e a baixa visibilidade tornam os mergulhos perigosos. Por isso, a equipe de cientistas utilizou tecnologias como a ecossondagem — um método que usa ondas sonoras para mapear o fundo do buraco azul e monitorar as condições internas sem colocar vidas em risco.
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As primeiras análises surpreenderam os pesquisadores, que identificaram uma diversidade biológica maior do que o esperado para um ambiente tão inóspito. As investigações continuam, e novas expedições estão sendo planejadas para os próximos meses.
O estudo do Taam Ja’ promete não apenas ampliar o conhecimento sobre ecossistemas extremos na Terra, mas também oferecer novas pistas para a astrobiologia — o campo da ciência que investiga a existência de vida fora do nosso planeta.
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