O psyllium, obtido das sementes da planta Plantago ovata, é amplamente conhecido por sua capacidade de aumentar a saciedade e ajudar no funcionamento intestinal. Apesar de ser considerado um aliado em dietas de emagrecimento, especialistas alertam que ele está longe de ser um substituto natural para medicamentos como o Ozempic.
Ao ser consumido com água, o psyllium forma um gel que retarda a digestão e a absorção de gorduras, promovendo sensação de saciedade. Contudo, ele não acelera a queima de gordura nem interfere diretamente nos hormônios relacionados à fome, como o GLP-1, alvo de medicamentos para controle de peso.
Nutricionistas destacam que, apesar de ser rico em fibras e benéfico para a saúde intestinal, o psyllium deve ser usado de forma consciente. Seu consumo inadequado pode gerar desconfortos e até agravar condições preexistentes.
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O suplemento não é seguro para todos. Pessoas com obstruções intestinais, dificuldade de deglutição ou alergia à planta devem evitá-lo. Além disso, quem faz uso de medicamentos ou possui condições intestinais específicas deve consultar um profissional antes de incorporar o psyllium à dieta.
“Ele pode interferir na absorção de medicamentos e agravar problemas em indivíduos com digestão mais lenta ou comprometida”, alerta o nutricionista Guilherme Rodrigues Miranda Lopes, de Brasília.
O psyllium, composto em grande parte por fibras, absorve água do organismo. Quando consumido sem a hidratação adequada, pode causar ressecamento das fezes, constipação e dores abdominais. Nutricionistas recomendam limitar o consumo diário entre 5 e 10 gramas, divididos em duas doses, o que corresponde a 15% a 40% das necessidades diárias de fibras.
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“Quantidades acima de 70 gramas por dia podem causar gases, inchaço e desconforto abdominal”, explica Tatiane Araújo, nutricionista e professora da Faculdade Anhanguera de Ipatinga.
Para garantir que o psyllium funcione de maneira segura, é essencial manter uma boa hidratação. Especialistas sugerem o consumo de 35 a 40 ml de água por quilo de peso corporal diariamente.
“Com a ingestão correta de água, o psyllium e outras fontes de fibra, como aveia e farelo de trigo, são excelentes adições à alimentação. Sem isso, os benefícios podem se transformar em problemas”, conclui o nutricionista Bruno Rua, também de Brasília.
Embora o psyllium possa ser um recurso valioso para quem busca controlar o peso e melhorar a saúde intestinal, ele deve ser tratado como um complemento — e não como uma solução milagrosa.