Cientistas do Instituto de Saúde de Luxemburgo e da Universidade de Luxemburgo avançaram significativamente na compreensão das alergias, utilizando a Inteligência Artificial (IA) para identificar os mecanismos imunológicos envolvidos em uma terapia popular para alergias a insetos. O estudo, publicado na revista Nature Communications, abre caminho para aprimorar tratamentos contra outros tipos de alergias, como as causadas por pólen.
O foco da pesquisa foi a imunoterapia específica para alérgenos (AIT), conhecida por sua alta taxa de eficácia no tratamento de reações graves a picadas de insetos, como abelhas. Essa terapia consiste em expor os pacientes a doses controladas do alérgeno, fortalecendo gradualmente o sistema imunológico e reduzindo as reações alérgicas. O objetivo era compreender os mecanismos que tornam esse tratamento tão eficaz, com uma taxa de sucesso superior a 95% para alergias a insetos, mas menos eficiente para outros alérgenos.
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Para decifrar os processos biológicos envolvidos, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 200 pacientes submetidos à imunoterapia. Com o auxílio de algoritmos avançados, foram examinados 200 milhões de células imunológicas e 25 mil genes, algo impossível de ser realizado com métodos convencionais. “Criamos algoritmos que possibilitaram o processamento de um volume massivo de dados, oferecendo uma nova perspectiva sobre os mecanismos imunológicos que levam à cura”, destacou Jorge Gonçalves, professor da Universidade de Luxemburgo e um dos autores do estudo.
A descoberta revela como a imunoterapia desencadeia tolerância imunológica, explicando sua eficácia contra certos alérgenos. Os pesquisadores agora planejam usar esses insights para desenvolver estratégias mais abrangentes, capazes de tratar outras alergias de maneira igualmente eficaz.
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Além de fortalecer o entendimento sobre as reações alérgicas, o estudo pavimenta o caminho para terapias mais personalizadas e abrangentes, capazes de atender pacientes com diferentes sensibilidades. No Brasil, onde alergias a pólen e picadas de insetos são comuns, os avanços podem se traduzir em melhores tratamentos e maior qualidade de vida para milhares de pessoas.
O uso da IA não apenas acelerou o progresso da pesquisa, mas também destacou seu papel crescente na biomedicina, permitindo avanços que ultrapassam os limites das abordagens tradicionais. A expectativa é que os resultados dessa investigação inspirem novas linhas de estudo e ampliem as possibilidades de cura para um número maior de pacientes.
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