Uma pesquisa conduzida pela Universidade McGill, no Canadá, revelou que a gravidez pode desencadear adaptações imunológicas que ajudam a prevenir casos graves de gripe. Contrariando a visão comum de que gestantes são mais vulneráveis a doenças, os cientistas observaram, em camundongos, uma resposta imune aprimorada durante a gestação.
O estudo, publicado na revista Science Advances, identificou que durante a gravidez, determinadas células imunológicas são ativadas na cavidade nasal, estimulando a produção de moléculas que fortalecem as defesas antivirais no trato respiratório superior. Essa resposta bloqueou a disseminação do vírus influenza A para os pulmões, região onde infecções podem se tornar mais graves. “Uma mãe precisa se manter saudável para proteger seu bebê em desenvolvimento, então o sistema imunológico se adapta para fornecer defesas mais fortes”, explicou Maziar Divangahi, coautor do estudo.
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Embora a pesquisa tenha se concentrado em camundongos, ela levanta a possibilidade de que mecanismos semelhantes ocorram em mulheres grávidas. Estudos adicionais são necessários para confirmar se esses efeitos protetores se traduzem em humanos. No entanto, o trabalho já aponta um caminho promissor para entender como o corpo equilibra a proteção imunológica durante a gestação.
Além disso, o estudo destaca um futuro foco de pesquisa: desenvolver estratégias para reduzir danos pulmonares causados por infecções virais, como gripe ou Covid-19. Em vez de atacar diretamente o vírus, os cientistas pretendem encontrar maneiras de regular a resposta imunológica, minimizando os efeitos colaterais de reações excessivas do sistema de defesa.
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No Brasil, gestantes já estão entre os grupos prioritários para vacinação contra a gripe, dado o risco de complicações graves. Segundo o Ministério da Saúde, a imunização é fundamental para proteger tanto a mãe quanto o bebê de infecções que podem levar a desfechos como parto prematuro. A pesquisa canadense reforça a importância de continuar investigando a imunidade durante a gravidez para aprimorar estratégias de proteção à saúde materna e fetal.
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