Avanços científicos recentes têm oferecido esperança para a erradicação da atrofia progressiva da retina (APR), uma forma hereditária de cegueira em cães. Esta condição, que causa a deterioração das células fotossensíveis na retina, leva à perda gradual da visão e afeta mais de 100 raças caninas.
A APR é causada por fatores genéticos e, até recentemente, não havia tratamentos disponíveis. Em alguns casos, os sinais da doença só se manifestam em cães mais velhos, depois que esses animais já tiveram filhotes e transmitido a predisposição para a cegueira.
Em uma investigação publicada na revista Genes, a cientista Katherine Stanbury contou com a colaboração de uma pastora inglesa chamada Shola, que havia trabalhado como cão de resgate nas montanhas antes de ser acometida pela APR.
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O estudo focou na análise genética de Shola, permitindo a identificação da variante genética responsável pela condição nos pastores ingleses. Mais importante ainda, os pesquisadores desenvolveram um teste de DNA que custa £48 (aproximadamente R$ 350) e pode detectar se um cão da raça possui uma, duas ou nenhuma cópia da variante genética.
Embora a APR seja específica para cada raça, o novo teste possibilitará um monitoramento mais eficaz dos cães em busca dessa variante genética. O estudo revelou que a variante identificada em Shola e seu irmão não era a conhecida anteriormente, mas uma nova. A comparação com 22 pastores ingleses sem problemas de visão permitiu isolar a variante específica.
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Essa descoberta oferece a possibilidade de evitar cruzamentos entre cães que portam a variante genética, o que pode, eventualmente, eliminar a cegueira na raça. De fato, se um cão portador da variante cruzar com outro livre dela, o risco de cegueira futura é nulo.
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