Segundo o Serviço Climático Europeu Copernicus, junho de 2024 registrou o 13º mês consecutivo de temperaturas recordes, aproximando-se de 1,5ºC acima da era pré-industrial. Esse aquecimento tem consequências diretas e indiretas, como a elevação do nível do mar devido ao derretimento das geleiras, o branqueamento dos corais causado pelo aquecimento dos oceanos e o aumento de eventos climáticos extremos, incluindo enchentes, secas e tempestades.
Com o objetivo de conter o aquecimento global, em 2015, durante a COP21, foi firmado o Acordo de Paris. Esse tratado global, assinado pelos países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), estabelece um limite de 1,5ºC para o aumento da temperatura. A implementação de ações globais é vital para evitar consequências catastróficas e irreversíveis.
Em 2016, o Brasil apresentou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) às Nações Unidas, comprometendo-se com metas ambiciosas para cumprir o Acordo de Paris. Comparado aos níveis de emissão de carbono de 2005, o Brasil pretende reduzir 37% das emissões até 2025 e 43% até 2030.
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O relógio do clima, criado pelos americanos Gan Golan e Andrew Boyd, é um cronômetro que indica quanto tempo resta até que a temperatura global aumente em 1,5ºC. Ele exibe os anos, dias, horas, minutos e segundos restantes para reduzir pela metade as emissões de gases estufa e adotar medidas necessárias. Se o prazo não for cumprido, as consequências serão inevitáveis e catastróficas.
O primeiro relógio foi instalado em Berlim, em 2019, seguido por Nova Iorque em 2020 e Seul em 2021. Em julho de 2023, o relógio foi projetado no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Em 21 de julho de 2024, pela primeira vez, o relógio indicou menos de 5 anos restantes, alertando sobre a iminência do limite de temperatura e suas consequências.
Relógios climáticos portáteis estão nas mãos de ativistas e líderes climáticos ao redor do mundo, incluindo o primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis. Greta Thunberg recebeu o primeiro relógio em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, e desde então o movimento ganhou força.
A importância do limite de 1,5ºC
O primeiro período com temperatura média superior a 1,5ºC acima da média pré-industrial ocorreu entre 2015 e 2016, devido tanto à mudança climática causada por ações humanas quanto a um El Niño forte e natural. A última parte de 2023 e o início de 2024 também registraram anomalias de temperatura global acima de 1,5°C, conforme a Organização Meteorológica Mundial.
Cada fração de grau importa. Aumentos de 0,1°C na temperatura global intensificam a frequência de eventos extremos, como ondas de calor, secas e inundações, conforme o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Ultrapassar 1,5°C eleva drasticamente o risco de eventos climáticos extremos e pode desencadear pontos de inflexão climática com efeitos irreversíveis.
É possível evitar um futuro desastroso?
Para manter a temperatura média global abaixo de 1,5°C, o mundo precisa atingir emissões líquidas zero até 2050, segundo o IPCC. Isso implica que as emissões de carvão, petróleo e gás natural devem ser compensadas por remoção equivalente da atmosfera.
Pesquisadores do Potsdam Institute e cientistas internacionais destacam a necessidade de tecnologias de transição energética e remoção de carbono para evitar ultrapassar esse limite. Governos têm papel crucial na redução de emissões de gases de efeito estufa, especialmente através de financiamento público e promoção de energia limpa. O financiamento climático será o tema principal da COP 29, pois muitos países dependem de ajuda externa para financiar ações de mitigação climática.
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Um relatório apresentado no Fórum Político de Alto Nível da ONU em julho mostra que apenas 15% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão no ritmo correto, e o cenário para o ODS 13 (Mudanças Climáticas) não é diferente. Muito precisa ser feito rapidamente.
Governos e empresas devem se unir para expandir o acesso à energia limpa, promover transporte com baixa emissão de carbono, melhorar a qualidade do ar, reduzir riscos em comunidades vulneráveis e conscientizar a população.
Escolhas cotidianas como consumo de carne, uso de carros, aviões e eletricidade afetam as emissões. Um esforço conjunto pode evitar consequências desastrosas em um futuro próximo.
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