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domingo, março 16, 2025

Cientistas revelam nova fonte de oxigênio no fundo do Pacífico

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A crença de que a fotossíntese é a principal fonte de oxigênio no planeta pode estar mudando. Cientistas descobriram, a 4 mil metros de profundidade no Oceano Pacífico, minerais metálicos que produzem oxigênio em um ambiente sem luz.

A descoberta ocorreu por acaso, feita por uma equipe da Associação Escocesa de Ciências Marinhas (SAMS) enquanto mediam os níveis de oxigênio no fundo do oceano para avaliar os impactos da mineração em alto-mar.

Segundo o biogeoquímico Andrew Sweetman, primeiro autor do artigo publicado na Nature Geoscience, “quando obtivemos esses dados pela primeira vez, pensamos que os sensores estavam com defeito, porque todos os estudos já feitos no mar profundo só observaram o oxigênio sendo consumido em vez de produzido”. Os sensores foram recalibrados, mas as leituras incomuns persistiram por dez anos.

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Como os nódulos polimetálicos produzem oxigênio escuro?

Para entender o fenômeno, os pesquisadores abandonaram os sensores optode e utilizaram outro método, que confirmou os resultados. Eles coletaram rochas dos nódulos analisados e as testaram em laboratório.

Os metais combinados nos nódulos, como cobalto, níquel, cobre, lítio e manganês, são elementos essenciais em baterias. Este potencial atrai empresas de mineração e pode ser responsável por reações espontâneas.

Durante os testes, alguns nódulos produziram até 0,95 V de tensão. Isso significa que, agrupados, poderiam funcionar como baterias em série, alcançando a voltagem de 1,5 V necessária para produzir eletrólise na água e separar o oxigênio. “Parece que descobrimos uma ‘geobateria’ natural”, afirmou o coautor Franz Geiger.

Importância do oxigênio escuro para a origem da vida na Terra

Distribuídos pelo leito marinho, esses nódulos formam campos de concentrações minerais compostas por camadas de materiais diversos acumulados em torno de um núcleo. A possibilidade de que o oxigênio, chamado de “escuro” por Sweetman devido à ausência de luz solar, esteja sendo sintetizado naturalmente é surpreendente.

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Entrevistado pela ScienceAlert, o cientista marinho da SAMS, Nicholas Owens, que não participou da pesquisa, destacou que “a descoberta da produção de oxigênio por um processo não fotossintético exige que repensemos como a evolução da vida complexa no planeta pode ter se originado”. Segundo o especialista, esta pode ser uma das descobertas mais empolgantes da ciência oceânica em tempos recentes.

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