Em meio às dificuldades da guerra contra a Rússia, os moradores de Lviv, na Ucrânia, enfrentaram mais um problema em janeiro de 2024. Um ciberataque deixou a cidade sem aquecimento por dois dias, complicando ainda mais a situação durante o rigoroso inverno.
Um relatório da empresa de cibersegurança Dragos trouxe à tona a gravidade do incidente. Entre os dias 22 e 23 de janeiro, cerca de 600 prédios em Lviv ficaram sem aquecimento, essencial para a região que enfrentava temperaturas abaixo de 0 ºC. O serviço só foi restabelecido quando a companhia municipal de energia conseguiu recuperar o acesso aos sistemas.
Nos últimos dois anos, a Ucrânia tem sido alvo frequente de ciberataques que desestabilizam sistemas e órgãos públicos, contando até com o auxílio da Microsoft para bloquear algumas dessas invasões.
++ Apple sofre com críticas por falhas em denúncias de imagens de abuso infantil
O malware FrostyGoop
O ataque foi perpetrado por um malware denominado FrostyGoop, identificado pela primeira vez em abril, mas confirmado apenas recentemente como o responsável pelo ciberataque em Lviv. Esse malware afeta diretamente dispositivos de controle industrial (ICS), sistemas eletrônicos usados em processos de grande escala, como os serviços públicos.
Os ICS comprometidos utilizavam o protocolo Modbus, conhecido por suas vulnerabilidades de segurança devido à sua defasagem. Além do sistema de aquecimento de Lviv, outros 46 mil dispositivos ainda estariam em risco por utilizarem essa tecnologia, conforme aponta o estudo.
++ Empresas de tecnologia utilizam dados da web para desenvolver IA
A invasão provavelmente teve início a partir de um roteador vulnerável. Embora os endereços IP rastreados levem a máquinas em Moscou, não é possível confirmar se os invasores estavam realmente na Rússia, se agiram sob comando do governo local ou se utilizaram uma VPN para mascarar sua localização.
Não deixe de nos seguir no Instagram para mais notícias da Pardal Tech
