A Apple está enfrentando severas críticas por sua abordagem inadequada em relação à gestão de imagens de abuso ou violência sexual contra menores de idade em suas plataformas. A denúncia vem da National Society for the Prevention of Cruelty to Children (NSPCC), uma organização de proteção infantil no Reino Unido.
Segundo um relatório anual da NSPCC, a Apple tem falhado consistentemente em monitorar, apagar e reportar a presença desse tipo de material em serviços como iCloud, iMessage e FaceTime. A crítica se baseia no baixo número de denúncias feitas pela Apple à NSPCC, algo que é obrigatório no Reino Unido em casos de identificação de abuso infantil. Em 2023, a empresa fez apenas 267 denúncias, comparadas a 1,47 milhão da Google e 30,7 milhões dos serviços combinados da Meta (Facebook, WhatsApp, Threads e Instagram).
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“Há uma discrepância preocupante no número de imagens criminosas de abuso infantil no Reino Unido hospedadas em serviços da Apple e a quantidade de avisos quase negligentes que eles fazem às autoridades”, afirmou Richard Collard, gerente de proteção contra abuso infantil da NSPCC, ao site The Guardian.
Decisão de não reportar é política da Apple
Em resposta às críticas, a Apple não emitiu um comunicado oficial. Em vez disso, reforçou sua política de não escanear imagens e outros conteúdos hospedados em seus serviços de comunicação ou armazenamento. Em 2021, a empresa anunciou novos recursos de segurança voltados à proteção infantil, incluindo um sistema de detecção de material de abuso infantil no iCloud. No entanto, a implementação desse sistema exigiria escaneamentos frequentes na base de arquivos dos usuários, levantando preocupações sobre a privacidade dos dados.
Apesar de assegurar que a privacidade seria mantida, a Apple foi fortemente criticada por várias entidades e figuras públicas, incluindo Edward Snowden, o ex-operador da CIA que revelou a vigilância governamental dos EUA. As críticas apontavam para uma possível exposição da privacidade dos usuários e a pressão para que a ferramenta fosse usada em outros contextos, como requerimentos judiciais ou pedidos de governos. No final de 2021, antes do lançamento da tecnologia, a Apple cancelou o projeto e desde então se recusa a fazer o monitoramento gráfico na plataforma.
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Embora a empresa não possa ser punida pela NSPCC, a entidade reforça que a Apple representa um “buraco negro” perigoso nessa área, especialmente com o aumento da criação de imagens criminosas por meio de inteligência artificial.
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