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quarta-feira, abril 23, 2025

Toyota enfrenta críticas de clientes devido a problemas com carro a hidrogênio

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A busca por alternativas sustentáveis aos combustíveis tradicionais tem levado os fabricantes de veículos a explorar novas tecnologias, mas os desafios são maiores do que se esperava. Além dos veículos híbridos e elétricos, os carros movidos a hidrogênio foram amplamente estudados como uma grande promessa. No entanto, a prática tem mostrado muitos problemas.

O conceito de um carro a hidrogênio é relativamente simples: o veículo é abastecido com hidrogênio, que é processado quimicamente para gerar eletricidade. Essa energia, por sua vez, alimenta o motor elétrico que move o carro. Na realidade, porém, os consumidores têm enfrentado frustrações significativas.

Proprietários do Toyota Mirai, um modelo movido a hidrogênio, estão processando a marca nos Estados Unidos, alegando “marketing enganoso” e benefícios que não se concretizam na prática. Eles relatam dificuldades de abastecimento, preços elevados do hidrogênio, autonomia abaixo do prometido, forte desvalorização do carro, entre outros problemas.

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A ação judicial afirma que a Toyota e seus concessionários prometeram que abastecer o Mirai seria tão fácil quanto colocar gasolina. No entanto, os donos relatam dificuldades para encontrar estações de recarga e frequentemente precisam dirigir longas distâncias para chegar até elas. Há também relatos de estações inoperantes e bombas de abastecimento que congelam e travam no veículo, exigindo longas esperas até que a operação seja concluída com segurança.

A autonomia prometida de até 647 km também não se confirma no uso real, com alguns proprietários conseguindo menos de 500 km com um tanque cheio. Além disso, o preço do combustível quase triplicou em apenas dois anos, de US$ 13/kg em 2022 para US$ 36/kg em 2024. Todos esses problemas resultam em uma desvalorização significativa: após cinco anos de uso, um Mirai vale apenas 19,4% do preço original.

O Mirai, em questão, é da segunda geração, lançada em 2020 e vendida apenas na Califórnia devido à limitação da oferta de hidrogênio. A Toyota chegou a importar uma unidade para testes no Brasil em 2022, mas o custo de uma instalação de recarga de hidrogênio foi estimado em R$ 4,2 milhões, um investimento elevado para atender a um único produto de demanda limitada.

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Essa situação levanta dúvidas sobre a viabilidade do hidrogênio como alternativa sustentável para frotas de veículos e sua viabilidade comercial. No ano passado, Hiroki Nakajima, diretor de tecnologia da Toyota, admitiu que a empresa enfrentava dificuldades em fornecer estações de abastecimento de hidrogênio, o que estava prejudicando as vendas do Mirai. No entanto, ele afirmou que a marca ainda não desistiria da ideia.

Desde 2015, apenas três fabricantes no mundo comercializaram veículos movidos a hidrogênio para o público geral: a Toyota com o Mirai, a Honda com o Clarity (já descontinuado) e a Hyundai com o Nexo. A Honda promete lançar uma versão do atual CR-V com essa tecnologia ainda este ano, mas esse mercado continua limitado à Califórnia, o único estado dos EUA com infraestrutura para abastecimento desses veículos.

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