O diretor do Google for Startups para a América Latina, André Barrence, afirmou que o Brasil precisa se fazer presente e protagonista no uso e desenvolvimento da Inteligência Artificial durante uma coletiva realizada nesta terça-feira (25). Barrence ainda destacou o potencial de crescimento do mercado brasileiro, mas alertou que as startups locais ainda enfrentam grandes desafios para alcançar escala.
Segundo o relatório “Startups & Inteligência Artificial Generativa: Destravando o seu potencial no Brasil”, elaborado pelo Google for Startups em parceria com a Box1824, a maioria das startups de IA no Brasil está em estágio inicial.
O estudo revelou que 55% das startups possuem até 15 funcionários, 38% nunca passaram por uma rodada de investimento e 29% estão na fase pré-seed. Além disso, 63% das startups ainda não possuem uma estratégia clara de curto e longo prazo para o desenvolvimento no uso da IA e 22% não conseguem quantificar os resultados da tecnologia.
++CEO da Cacau Show destaca novos planos para o Playcenter
A pesquisa identificou a obtenção de capital como um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento no Brasil, cerca de 25% das startups não possuem orçamento específico para essa finalidade, dependem de investimentos externos, com 46% apontando a necessidade de investimento público e 38% de investimentos privados (VCs, aceleradoras e fundos).
Aproximadamente 35% das startups esperam uma facilitação de acesso ao capital em novas rodadas de investimento, o que poderia impulsionar a inovação e a construção de tecnologia nacional.
O perfil das startups de IA no Brasil mostra uma predominância de líderes homens cis (81%), brancos (78%) e heterossexuais (90%), majoritariamente situados no estado de São Paulo (60%).
Barrence apontou a falta de diversidade como um problema, enfatizando que a diversidade do país não está refletida nas startups que estão desenvolvendo, mais de 70% das soluções desenvolvidas são focadas no mercado B2B.
O estudo destacou quatro frentes prioritárias para o avanço da Inteligência Artificial no Brasil: letramento, regulamentação, negócio e prontidão da sociedade. Cerca de 59% das startups acreditam que a educação e a conscientização sobre IA são essenciais.
Além disso, 43% consideram o desenvolvimento de soft skills crucial para os desenvolvedores, 37% veem a evolução do ensino básico como fundamental para o avanço da tecnologia, e 38% apontam a importância da evolução no ensino superior.
A regulamentação também é um desafio significativo, com 83% das startups defendendo a necessidade de uma regulamentação específica para a IA.
++Startup de biotecnologia levanta US$ 142 milhões mas seu modelo de negócio causa receio
No entanto, não há consenso sobre a melhor forma de fazer isso: 27% dos entrevistados acham que deveria ser conduzido por uma agência reguladora independente, 24% por um projeto de lei, 16% por entidades privadas ligadas ao setor, 11% pelas próprias empresas e 13% acreditam que não deveria haver regulação no momento.
A prontidão da sociedade envolve lidar com as implicações sociais, éticas e legais da tecnologia, incluindo preocupações com a proteção de dados e os efeitos no mercado de trabalho.
Barrence observou que os brasileiros são mais otimistas em relação à Inteligência Artificial do que a média global, com 66% se dizendo otimistas contra 54% no mundo todo. Além disso, 56% dos brasileiros confiam que as empresas que usam IA vão proteger seus dados pessoais e 41% acreditam que o uso da tecnologia aumentou a produtividade do trabalho.
Não deixe de nos seguir no Instagram para mais notícias da Pardal Tech