Em um cenário de eleições em países como Índia, México e Brasil, o uso de inteligência artificial (IA) na política tem crescido, apresentando riscos e benefícios. A criação de candidatos fictícios e falsas declarações são exemplos de como essa tecnologia pode manipular eleitores, algo que os brasileiros enfrentarão nas eleições de outubro. No entanto, especialistas em campanhas eleitorais defendem que a IA pode ser utilizada positivamente nas disputas municipais.
Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabeleceu regras para o uso de IA nas campanhas, incluindo a identificação obrigatória da tecnologia em materiais de divulgação e a proibição de “deepfakes” — técnica que troca o rosto de pessoas em vídeos.
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Casos de deepfakes já ocorreram na África do Sul, com vídeos falsos de apoio do ex-presidente Donald Trump a candidatos locais, e no Paquistão, com Trump prometendo libertar o ex-primeiro-ministro Imran Khan. Tais manipulações são perigosas, especialmente próximo às eleições, quando há menos tempo para desmentir informações falsas. Exemplos semelhantes ocorreram em Bangladesh, Taiwan, Índia e Indonésia.
O TSE monitora globalmente o uso da IA, priorizando este acompanhamento para garantir a integridade eleitoral. Apesar dos riscos, a IA também pode ser usada de forma construtiva. Na Bielorrússia, um candidato virtual criado com ChatGPT foi utilizado para criticar eleições fraudulentas. No México, a candidata Xóchitl Gálvez usou IA para treinar debates.
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No Brasil, marqueteiros de campanhas admitem utilizar IA principalmente nos bastidores. Felipe Soutello, estrategista político, ressalta que a IA pode estruturar discursos, tornando-os mais coerentes e eficazes. Paulo Vasconcellos, envolvido em campanhas em Belo Horizonte e Rio de Janeiro, defende o uso moderado da tecnologia para manter a autenticidade do candidato.
Renato Pereira, outro especialista, afirma que a IA pode processar informações e elaborar cenários políticos, mas ainda falha na criação de slogans e mensagens. Ele destaca o uso positivo da IA para análise de dados e planejamento estratégico.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, alertou contra o “algoritmo do ódio”, destacando o desafio de lidar com a popularização da IA. Líderes partidários como Ciro Nogueira (PP) e Valdemar Costa Neto (PL) discutem a regulamentação da IA, enquanto Marconi Perillo (PSDB) promoveu seminários para evitar desinformação, confirmando o uso de IA na análise de dados.
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