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sexta-feira, junho 13, 2025

Ensinar inteligência artificial nas escolas pode ser chave para reduzir desigualdades no Brasil

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Já presente no cotidiano de milhões de pessoas — mesmo sem que muitas se deem conta —, a inteligência artificial (IA) está transformando relações de trabalho, consumo e aprendizado. Diante do avanço dessa tecnologia, surge uma pergunta urgente: os alunos das escolas brasileiras estão sendo preparados para lidar com ela?

A resposta, segundo estudiosos da área, é não. E isso pode aprofundar ainda mais as desigualdades sociais no país. Em artigo publicado no portal The Conversation, os professores Marcus Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Renato Cordeiro, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertam que, sem políticas públicas que democratizem o ensino da IA, apenas uma minoria terá acesso ao domínio dessas ferramentas — o que deve acirrar a exclusão digital e limitar oportunidades para jovens da rede pública.

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“Se não houver um esforço coletivo, o Brasil corre o risco de ficar para trás”, dizem os autores, que defendem a inclusão da IA nos currículos escolares como forma de tornar os estudantes protagonistas dessa nova realidade, e não apenas consumidores passivos de tecnologia.

Enquanto países como Estados Unidos, China e Finlândia já inseriram conteúdos sobre IA nas escolas básicas, no Brasil ainda faltam infraestrutura adequada, formação de professores e diretrizes claras para o uso da tecnologia em sala de aula. A ausência de internet estável, equipamentos defasados e currículos engessados dificultam a adoção de práticas inovadoras.

Os especialistas defendem que a implementação da IA nas escolas brasileiras deve considerar as diferentes realidades locais, da zona rural às periferias urbanas. “Não adianta impor um modelo único. É preciso criar caminhos flexíveis e investimentos estratégicos que respeitem os contextos específicos”, pontuam.

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Educar para compreender — e questionar

Além do domínio técnico, os educadores alertam para a importância de formar cidadãos críticos. “A IA não é neutra. Ela pode reproduzir preconceitos, ser usada para manipular a opinião pública ou gerar desinformação. Ensinar inteligência artificial também é ensinar ética, responsabilidade e pensamento crítico”, destacam.

A proposta é que, ao concluir o ensino médio, todo estudante brasileiro tenha uma compreensão básica sobre o funcionamento da IA, suas aplicações e seus impactos sociais. Apenas com esse conhecimento será possível garantir que a transformação digital na educação não seja apenas um discurso vazio, mas uma realidade acessível a todos.

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