A morte precoce da cantora Karen Silva, de apenas 17 anos, levantou um debate importante sobre os acidentes vasculares cerebrais (AVCs) entre jovens. Ex-participante do programa The Voice Kids, Karen faleceu na madrugada desta quinta-feira (24), após sofrer um AVC do tipo hemorrágico, segundo informações do Hospital São João Batista, em Volta Redonda (RJ), onde ela estava internada.
Embora o AVC seja mais comum em pessoas com mais de 60 anos, médicos alertam para o crescimento de casos em faixas etárias cada vez mais jovens. Estudos recentes mostram que entre 10% e 15% dos registros ocorrem em indivíduos de 18 a 45 anos — um dado que tende a crescer, impulsionado por hábitos de vida pouco saudáveis, segundo especialistas.
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A neurologista Siane Prado, da rede Américas, destaca que o sedentarismo, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados e o uso de substâncias como anabolizantes ou drogas recreativas estão entre os principais fatores de risco na população jovem. Além disso, há causas menos conhecidas, como doenças autoimunes, distúrbios de coagulação e até malformações cardíacas não diagnosticadas.
O AVC hemorrágico ocorre quando há ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, causando sangramento e danos aos tecidos cerebrais. Seus sintomas, geralmente abruptos, incluem forte dor de cabeça, perda de força ou sensibilidade em um dos lados do corpo, dificuldade para falar ou compreender a fala, visão turva, desequilíbrio e confusão mental. Muitas vezes, por se tratar de pacientes jovens, os sinais são minimizados ou confundidos com outras condições.
AVC
“Trata-se de uma emergência médica que exige atendimento imediato. Quanto mais rápido o socorro, maiores as chances de recuperação com menos sequelas”, explica o médico Gleidson Viana, especialista em diagnóstico por imagem.
Segundo ele, exames de rotina simples, como aferição da pressão arterial, testes laboratoriais e avaliação de histórico familiar, são capazes de identificar riscos silenciosos. No entanto, a prevenção ainda esbarra na falta de hábito dos jovens em procurar atendimento médico regular.
A tragédia envolvendo Karen Silva comoveu o público e trouxe à tona a necessidade de ampliar a conscientização sobre doenças cerebrovasculares em todas as idades. Para os especialistas, a chave está na informação, no diagnóstico precoce e na mudança de comportamento.
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