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sábado, maio 24, 2025

Como Paris conseguiu limpar o ar e salvar milhares de vidas em duas décadas

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Paris está colhendo os frutos de um esforço ambiental contínuo. Em duas décadas, a cidade reduziu em mais da metade os índices de dióxido de nitrogênio e partículas finas, substâncias altamente tóxicas presentes no ar. Os dados, divulgados pela Airparif, entidade francesa de monitoramento ambiental, mostram que a concentração desses poluentes caiu cerca de 50% e 55%, respectivamente, desde 2005.

Esse avanço é resultado direto de um conjunto de políticas públicas que transformaram a mobilidade urbana e a paisagem da capital francesa. Medidas como a substituição de veículos a diesel, o incentivo a transportes elétricos e ao uso de bicicletas, a expansão da malha de transporte público e a criação de zonas de tráfego restrito têm remodelado a cidade – e melhorado significativamente a qualidade do ar.

Entre os principais marcos está a meta de eliminar 60 mil vagas de estacionamento até 2030, abrindo espaço para mais árvores, praças e áreas de convivência. A circulação de veículos em bairros centrais passou a ser limitada desde novembro de 2024, privilegiando deslocamentos a pé e de bicicleta.

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Ainda assim, nem todos os índices evoluíram da mesma forma. O relatório aponta que o ozônio, poluente formado por reações químicas entre compostos atmosféricos e a luz solar, manteve níveis elevados, especialmente nos dias quentes.

No campo da saúde, os ganhos são expressivos. O número de mortes prematuras atribuídas à poluição do ar caiu um terço entre 2010 e 2019. Ainda assim, a má qualidade do ar continua ligada a até 20% dos novos casos de doenças respiratórias graves, como asma e câncer de pulmão, além de até 10% dos registros de infartos, derrames e diabetes tipo 2.

Segundo o estudo, “cerca de 7.900 mortes poderiam ser evitadas se os padrões de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde fossem plenamente respeitados”.

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O impacto da poluição também varia conforme a localização: quem vive a menos de 50 metros de grandes vias sofre os efeitos mais severos, reforçando a urgência de ações que limitem o tráfego nos centros urbanos.

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