O neuropsicólogo Jordan Grafman, professor da Northwestern University, argumenta que o conceito de Deus “existe no cérebro” e sugere que a ciência deveria explorar com mais profundidade a relação entre o cérebro humano e a espiritualidade. Em um estudo publicado na revista Nature, Grafman afirma que o cérebro processa crenças religiosas como parte de sua estrutura cognitiva, e que até mesmo aqueles que se identificam como ateus mantêm uma representação mental da ideia de Deus.
Grafman defende que, uma vez exposto à ideia de Deus ou de uma divindade, o cérebro incorpora esse conceito em sua rede de crenças, criando uma base neurológica para a religiosidade. Segundo ele, “Deus está no cérebro” e, portanto, as crenças religiosas, assim como a descrença, merecem um olhar científico atento. “Mesmo ateus têm uma imagem de Deus em seus cérebros. Não se pode escapar da ideia”, afirma.
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Pesquisas no campo das ciências sociais apontam que cerca de 85% da população mundial segue alguma forma de religião. Estudos mostram que essas crenças influenciam diretamente na saúde mental e física das pessoas, contribuindo tanto para o bem-estar quanto para a coesão social. Ao mesmo tempo, Grafman ressalta que a religião também pode intensificar conflitos e polarização, sugerindo um duplo papel que a espiritualidade exerce na vida humana.
O estudo também discute como o córtex pré-frontal, região responsável pela tomada de decisões e regulação emocional, participa da formação de confiança, um pilar das relações sociais e religiosas. Grafman sugere que o desenvolvimento da capacidade de criar vínculos e padrões de crença foi essencial para a evolução da humanidade, permitindo que as pessoas lidassem com o desconhecido e reduzissem a ansiedade diante de eventos imprevisíveis.
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Além disso, a mente humana tende a criar padrões e significados em cenários de incerteza, uma habilidade que pode ter facilitado o surgimento de crenças sobrenaturais. Grafman conclui que a estrutura cerebral favorece uma tendência natural à espiritualidade, atuando como uma ferramenta que, ao longo da evolução, contribuiu para a sobrevivência e a coesão social.
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