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quarta-feira, abril 23, 2025

Kamala Harris ou Donald Trump: o vencedor das eleições americanas segundo o mercado financeiro

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A menos de uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump se intensifica, especialmente em estados cruciais como Georgia, Nevada, Wisconsin e Michigan.

Embora as pesquisas indiquem um empate técnico entre os candidatos, os movimentos no mercado de títulos da dívida pública americana revelam uma expectativa crescente em favor de Trump.

Recentemente, as taxas das Treasuries, títulos da dívida pública dos EUA, experimentaram um aumento significativo. Por exemplo:

  • As taxas das Treasuries com vencimento em dois anos subiram de 3,61% para 4,16%.
  • As taxas dos títulos com vencimento em dez anos foram de 3,78% para 4,35%.

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Esse aumento nas taxas sugere que os investidores estão exigindo um prêmio maior para emprestar dinheiro ao governo dos EUA, especialmente diante da proposta de Trump de reduzir impostos, o que poderia aumentar a dívida pública.

Garrett Melson, da Natixis Wealth Management, comenta que os mercados projetam um aumento da dívida sob qualquer um dos candidatos, mas acreditam que sob a administração de Trump, esse crescimento seria ainda mais acentuado.

Atualmente, a dívida pública dos EUA ultrapassa US$ 35 trilhões, representando mais de 100% do PIB do país. Durante o primeiro mandato de Trump, o déficit público cresceu em US$ 7,8 trilhões, enquanto sob a administração Biden, o aumento foi de US$ 4,8 trilhões até agora.

O Congressional Budget Office (CBO) prevê que o déficit poderá chegar a US$ 56,4 trilhões até 2034, um cenário que Jerome Powell, presidente do Banco Central dos EUA, considera “insustentável”.

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As agências de crédito Moody’s e Fitch Ratings já rebaixaram a nota da dívida soberana americana, refletindo as preocupações com a trajetória fiscal do país.

Curiosamente, a questão fiscal não tem sido o foco principal da campanha presidencial, que tem se concentrado em tópicos como imigração e estabilidade institucional. Apesar disso, a capacidade dos EUA de refinanciar sua dívida por meio do dólar moeda com status de reserva mundial ajuda a mitigar os efeitos de um déficit crescente. Contudo, isso não significa que a economia está imune a consequências, como inflação elevada e juros altos.

Os economistas do grupo financeiro Julius Baer alertam que a vitória de Trump, com a diminuição de impostos, pode aquecer a economia, mas também elevar a inflação e o risco fiscal.

Kamala Harris planeja estender a isenção de impostos para cidadãos que ganham até US$ 400 mil anualmente, o que poderia gerar um déficit de US$ 3 trilhões. Seu programa inclui também a expansão de serviços sociais e saúde. Para compensar, ela propõe aumentar a taxa de impostos sobre empresas e ganhos de capital para 28%.

Por outro lado, Trump defende a revogação de impostos sobre gorjetas e horas extras, além da redução do imposto corporativo para 15%, o que poderia diminuir a arrecadação em US$ 3,8 trilhões. Além disso, ele promete aumentar o orçamento do Departamento de Defesa e reforçar a segurança na fronteira com o México.

Independentemente de quem vencer as eleições, especialistas enfatizam que o novo presidente não terá poder absoluto para aprovar mudanças orçamentárias sem o apoio do Congresso.

A expectativa é de que os republicanos mantenham o controle da Câmara dos Representantes e tenham chances de dominar o Senado, onde apenas um terço dos assentos está em disputa.

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