A Spirit Airlines, conhecida por suas passagens de baixo custo nos Estados Unidos, está enfrentando uma situação delicada. A companhia aérea, que vinha tentando renegociar suas dívidas após uma frustrada tentativa de fusão com a JetBlue Airways, agora considera seriamente a possibilidade de recorrer à recuperação judicial, ou Chapter 11, como é conhecido nos EUA.
De acordo com informações do The Wall Street Journal, a Spirit tem buscado alternativas para reestruturar seus compromissos financeiros, mas as negociações mais recentes indicam que a prioridade pode ser a preparação para um eventual pedido de recuperação judicial. Esse movimento, no entanto, ainda não é iminente, e a empresa também explora a possibilidade de resolver suas pendências fora do ambiente judicial.
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Atualmente, a Spirit carrega uma dívida de aproximadamente US$ 3,3 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões), com US$ 1,1 bilhão (R$ 6 bilhões) em títulos garantidos que vencem em menos de um ano. A necessidade de renegociar ou estender esses vencimentos está pressionando a companhia a chegar a um acordo até o dia 21 deste mês.
Em uma teleconferência realizada em agosto, o CEO da Spirit, Ted Christie, reconheceu que as negociações com os credores eram uma prioridade, mas não ofereceu detalhes sobre os possíveis desfechos. O impacto dessas discussões foi imediato: as ações da empresa caíram mais de 30% nas negociações após o fechamento do mercado no último dia 3.
Dificuldades operacionais e perdas financeiras
A Spirit Airlines não registra lucro anual desde antes da pandemia de Covid-19, e embora a demanda por viagens aéreas tenha aumentado, a empresa continua enfrentando desafios. O mercado de baixo custo, em que a Spirit opera, sofre com a concorrência de grandes companhias que também passaram a oferecer tarifas mais acessíveis, atraindo parte dos clientes que buscam economia.
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Além disso, a Spirit vem encolhendo suas operações. A companhia já cortou várias rotas para os meses de novembro e dezembro e deve reduzir sua capacidade operacional em quase 20% no último trimestre de 2024, de acordo com analistas do Deutsche Bank.
Outro obstáculo significativo foi o recall de centenas de motores da Pratt & Whitney, o que afetou uma parcela considerável da frota da Spirit. Como resposta, a empresa demitiu temporariamente 186 pilotos no mês passado, em uma tentativa de reduzir custos.
Impacto da fusão frustrada com a JetBlue
A tentativa de fusão entre a Spirit e a JetBlue Airways, que visava unir as operações das duas empresas, foi barrada em janeiro deste ano. O Departamento de Justiça dos EUA argumentou que a união das companhias prejudicaria a concorrência e aumentaria os preços para os consumidores, especialmente aqueles que dependem das tarifas mais baixas da Spirit.
Com a decisão judicial contrária e as dificuldades regulatórias, as duas empresas acabaram desistindo do acordo, encerrando as negociações para a fusão.
Agora, com os desafios se acumulando, a Spirit Airlines precisa encontrar rapidamente uma solução para evitar um colapso financeiro, seja por meio da recuperação judicial ou de uma renegociação mais ampla de suas dívidas.
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