Jay Graber, uma americana de 33 anos, é a CEO da Bluesky, uma rede social que está ganhando espaço como alternativa ao X (antigo Twitter), especialmente entre os brasileiros. Com mais de 7 milhões de usuários, a plataforma viu um aumento significativo de novos perfis recentemente, com o português superando o inglês como a língua mais falada na plataforma.
Esse crescimento reflete o potencial da plataforma para se destacar como uma das principais opções para aqueles que buscam maior controle sobre suas identidades online.
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Jay Graber nasceu em Tulsa, EUA, filha de um professor de matemática e uma acupunturista. Sua mãe, que cresceu na China durante a Revolução Cultural, nomeou-a de Lantian, que significa “céu azul” em mandarim, um símbolo de liberdade e oportunidades que ela mesma não teve.
Graber se formou em Ciência, Tecnologia e Sociedade na Universidade da Pensilvânia, onde descobriu o bitcoin, marcando o início de sua jornada no mundo da tecnologia descentralizada.
Após se formar, trabalhou como engenheira de software na SkuChain, antes de se envolver com o desenvolvimento da criptomoeda Zcash e, posteriormente, fundar a Happening Inc., uma startup voltada para conectar usuários em eventos.
Em 2019, ela foi recrutada por Jack Dorsey e Parag Agrawal para trabalhar no projeto Bluesky, com o objetivo de criar um protocolo descentralizado que permitiria aos usuários mover suas contas, mensagens e seguidores entre redes sociais concorrentes.
A rede social surgiu como uma iniciativa de Jack Dorsey, cofundador do Twitter, para construir uma rede social descentralizada. Graber aceitou liderar a startup com a condição de que seria legalmente independente do Twitter.
Isso foi essencial para manter a integridade do projeto, especialmente após Elon Musk adquirir a rede social por US$ 44 bilhões em 2022 e descontinuar o apoio financeiro à Bluesky.
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A plataforma utiliza o Authenticated Transfer Protocol, que permite aos usuários transferir suas identidades digitais, incluindo contas e seguidores, de uma rede social para outra, semelhante à interoperabilidade dos sistemas de e-mail. Isso promove um ecossistema digital mais flexível, onde os consumidores têm controle total sobre suas identidades online.
Graber tem enfrentado o desafio de construir uma rede social que não apenas ofereça liberdade aos usuários, mas também suporte um modelo de governança equilibrado, que combine soberania individual com responsabilidade coletiva.
Para alcançar isso, Graber contratou seu primeiro engenheiro usando suas próprias economias e mobilizou recursos legais para estabelecer a independência da Bluesky. O financiamento inicial de US$ 13 milhões, oferecido por Dorsey, garantiu a autonomia da plataforma.
Atualmente, a plataforma se posiciona como a startup mais bem financiada no setor de redes sociais descentralizadas, competindo com outras plataformas como Mastodon e Nostr. A líder acredita que o sucesso das redes sociais descentralizadas dependerá da capacidade de garantir liberdades a longo prazo para usuários, criadores e desenvolvedores.
Isso inclui a capacidade de escolher como interagir, manter contato com o público e construir novos serviços. Para Graber, a descentralização é mais do que uma tendência tecnológica; é uma resposta às forças que tentam centralizar o controle da internet.
Ela argumenta que um equilíbrio entre governança responsável e autonomia pessoal é fundamental para evitar os extremos que podem ser prejudiciais tanto para a sociedade quanto para o ecossistema digital.
Sob sua liderança, a Bluesky busca redefinir a forma como nos conectamos online, oferecendo uma alternativa que coloca o controle nas mãos dos usuários, longe das grandes corporações que dominam as redes sociais hoje.
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