O governo brasileiro deu um passo importante no avanço da inteligência artificial ao lançar o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Apresentado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa “IA para o bem de todos” foi uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prevê um investimento de R$ 23 bilhões entre 2024 e 2028. Esse movimento abre uma janela de oportunidades para startups que atuam com IA, e especialistas acreditam que o impacto será significativo no ecossistema de inovação do país.
Segundo Luis Manuel Rebelo Fernandes, secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), “as startups têm um papel central na inovação, trazendo criatividade e rapidez que grandes empresas não conseguem igualar. No entanto, elas enfrentam riscos altos, o que torna essencial a criação de políticas públicas que garantam sua consolidação no mercado.”
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O PBIA foi desenvolvido com a colaboração de mais de 300 pessoas e 117 instituições, buscando colocar o Brasil em um patamar semelhante a outras nações por meio do investimento em infraestrutura tecnológica, como a aquisição de um supercomputador alimentado por fontes de energia renováveis.
O plano já começou a ser divulgado em eventos de inovação, como o Startup Summit em Florianópolis e a 21ª Conferência da Anpei em São Paulo, onde Marcela Flores, presidente da Anpei, destacou: “A inteligência artificial ganhou destaque com o ChatGPT, mas as startups têm a capacidade de aplicar essa tecnologia para resolver problemas que ainda não conseguimos imaginar. Os programas do PBIA serão fundamentais para promover a revolução digital que o Brasil precisa.”
Com 54 ações previstas, o PBIA se divide em iniciativas de impacto imediato e estruturantes, com um foco especial em áreas prioritárias como saúde, agricultura, meio ambiente, e educação. As ações de curto prazo receberão R$ 435 milhões e estão voltadas para resolver desafios específicos já identificados, enquanto as iniciativas de longo prazo, com um orçamento maior, buscam criar uma base sólida para o futuro da inovação no país.
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No terceiro eixo do plano, que se concentra na melhoria dos serviços públicos, serão investidos R$ 1,76 bilhão em 19 ações, muitas das quais destinadas ao desenvolvimento de soluções por startups govtech. O quarto eixo, focado na inovação empresarial, contará com R$ 13,79 bilhões para apoiar startups de IA, incluindo a criação de um fundo de R$ 400 milhões que será gerido pelo BNDES e Finep.
Elias Ramos de Souza, diretor de inovação da Finep, ressalta a importância desse apoio: “Já estamos investindo em inteligência artificial, mas o grande diferencial agora é o capital humano necessário, o que abre espaço para startups que ainda estão buscando financiamento.”
Para Anderson Soares, fundador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), o momento é crucial: “O governo, como comprador, pode ser um fator decisivo para o sucesso das startups, ajudando a superar desafios como a validação de MVPs e a atração de capital de risco. Sem a atenção atual sobre a IA, talvez esse esforço não fosse tão forte.”
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