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segunda-feira, setembro 9, 2024

Fundadora da Women in AI fala sobre o cenário da Inteligência Artificial no mundo

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Na última semana, a fundadora da organização Women in AI, Moojan Asghari, participou do IT Fórum na Bahia e trouxe reflexões contundentes sobre o impacto da Inteligência Artificial. A iraniana, residente em Paris, destacou um paradoxo crucial: a IA tem o potencial de salvar o planeta, mas também está contribuindo para a crise climática.

“Um dos paradoxos mais significativos da IA é seu duplo potencial de resolver e criar problemas. Estamos em um ponto de inflexão em que o desenvolvimento da IA coincide com a maior crise existencial da humanidade: a mudança climática. 

Por um lado, a IA poderia ser uma poderosa aliada na resolução, otimizando o uso de energia, prevendo os impactos da mudança climática e oferecendo soluções inovadoras que talvez nunca alcançássemos por conta própria”, destaca.

Isso ocorre porque o desenvolvimento e a operação dessa tecnologia demandam enormes quantidades de energia, gerando impactos ambientais significativos, como exemplo, Asghari citou que 200 milhões de consultas ao ChatGPT resultam na emissão de mais de 300 toneladas de CO2.

Apesar das promessas de eficiência e inovação, a CEO alerta que a tecnologia precisa ser usada com responsabilidade, ela acredita que a tecnologia pode ser uma aliada importante na luta contra problemas globais, como as mudanças climáticas, desde que seu desenvolvimento seja guiado por valores éticos e pela inclusão. 

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Para isso, é fundamental promover a diversidade e garantir que pessoas de diferentes origens e perspectivas estejam envolvidas nas decisões que moldam o futuro da IA.

Asghari defende a criação de regulamentações internacionais para a Inteligência Artificial, pois a tecnologia transcende fronteiras, enquanto as legislações ainda são locais. Ela acredita que uma abordagem colaborativa entre países pode estabelecer padrões globais que incentivem a inovação sem comprometer a segurança e a equidade.

“Iniciativas que tornam a educação e os recursos de IA acessíveis a grupos sub representados podem ajudar a democratizar seu uso e influência. Precisamos de regulamentações que mandem conselhos diversos para empresas que desenvolvem IA, garantindo que diferentes perspectivas sejam trazidas à mesa. Além disso, promover modelos e exemplos de empresas que valorizam a diversidade pode ajudar a mudar a narrativa”, disse.

Outro ponto central de sua mensagem é a necessidade de tornar a tecnologia mais acessível e inclusiva. Atualmente, o desenvolvimento dessa tecnologia está concentrado nas mãos de poucas corporações dominadas por lideranças com pouca diversidade. 

Asghari vê isso como um risco, pois a falta de diferentes perspectivas pode amplificar preconceitos e criar soluções limitadas. Para ela, a inclusão de mais mulheres e pessoas de diferentes origens é essencial para democratizar o uso e os benefícios.

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Segundo ela, o verdadeiro desafio é garantir que, antes de programarmos valores e ética em nossas tecnologias, primeiro definamos esses princípios de forma clara para nós mesmos. 

Sem essa base, o progresso tecnológico corre o risco de ser desconectado das necessidades e aspirações reais da sociedade.

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