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segunda-feira, janeiro 13, 2025

Influenciadores deixam agências e assumem o controle de suas carreiras

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Nos últimos anos, um movimento significativo tem ganhado força no mundo dos influenciadores digitais: a decisão de deixar grandes agências e começar a gerenciar suas próprias carreiras. Famosos como Felipe Neto, Larissa Manoela, Alexandra Gurgel, Carol Bresolin, Viih Tube e Hugo Gloss são exemplos de influenciadores que optaram por esta independência, buscando maior controle sobre suas marcas e rendimentos.

O Pardal Tech conversou com Patrícia Ribeiro, especialista em marketing, que explicou como as grandes agências desempenham um papel crucial no início da carreira de um influenciador. “No meu ponto de vista e o que pude concluir com movimentações de mercado, é que as grandes agências são importantes na carreira do influenciador no começo, onde ele não sabe nem mesmo precificar sua publicidade. Além de ser, é claro, uma ‘chancela’ para o creator ter um e-mail na bio com o domínio de alguma agência, de fato gera mais credibilidade a ele e ele também se sente pertencente a esse universo,” aponta.

No entanto, Patrícia conta que muitas agências falham em oferecer um suporte mais robusto à medida que os influenciadores crescem. “Hoje 80% do mercado acaba deixando um e-mail na bio do cara e fica tirando pedido recebendo % em cima. Algumas agências não criam um cronograma de postagem, não criam um projeto especial específico pra pessoa, não tem estúdio de conteúdo para facilitar a gravação ou produtora parceira, as vezes não faz nem reunião de acompanhamento semanal da carreira do cara, literalmente só ganha % de job para administrar um e-mail e a parte financeira,” ressalta.

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A principal motivação para influenciadores buscarem a independência é o desejo de um atendimento mais personalizado e uma gestão mais eficiente de suas carreiras. Patrícia Ribeiro destaca que muitas agências acabam perdendo a capacidade de atender individualmente cada influenciador. “Muitas agências pensando no lado comercial da coisa, captaram tanto influenciador pro casting que perderam a mão no atendimento individual de cada empresa, porque o influenciador é uma empresa e precisa ser visto como uma,” sugere.

Além disso, a independência pode representar uma economia significativa para os influenciadores. “Uma agência ganha em média de 15 a 30% do cachê do influenciador, de cada job fechado, sendo que uma equipe composta por 1 financeiro, 1 jurídico e 1 assessor pessoal, mensal, acaba saindo muito mais barato dependendo da demanda,” explica.

Apesar das vantagens, a transição para uma gestão independente não é isenta de riscos. “Toda sociedade existe risco. Para se escolher um sócio precisa ter muita cautela, escolher uma agência é a mesma coisa. PRINCIPALMENTE ao assinar um contrato de exclusividade, para sair disso precisa estudar direitinho o ônus e o bônus. Ao meu ver o grande ônus é a multa contratual mesmo, se houver,” alerta Patrícia.

As marcas têm mostrado uma receptividade crescente a trabalhar diretamente com influenciadores e suas equipes internas. “As marcas preferem lidar direto com o influenciador e/ou sua equipe própria.Tirando os ruídos de comunicação no meio do processo, briefing, alterações em conteúdo, tudo isso acaba atrapalhando o timing das campanhas pela quantidade de intermediários e às vezes de diversas demandas que a própria agência tem,” explica.

Patrícia Ribeiro vê esse movimento de independência como positivo para a indústria, embora ressalte que ainda há um longo caminho a percorrer. “Eu acho que ainda estamos longe do dia em que todos terão seu próprio time, até porque não é brincadeira. O influenciador precisa de uma aula de mercado a longo prazo, precisa amadurecer como creator e se enxergar como uma empresa de fato pra poder seguir carreira solo,” reflete.

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Para Patrícia, a descentralização do poder nas mãos das grandes agências é um passo natural e necessário para o crescimento do mercado de influenciadores. “Toda indústria é assim, né? Começa com o poder centralizado e depois vemos a descentralização, assim é a vida,” conclui.

Com essa tendência crescente, o cenário de influenciadores digitais promete se tornar cada vez mais diversificado e autônomo, com criadores de conteúdo assumindo o controle total de suas carreiras e estabelecendo novas formas de conexão com suas audiências e marcas.

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