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sexta-feira, março 21, 2025

Crescimento da economia chinesa fica abaixo das expectativas no segundo trimestre de 2024

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A economia chinesa registrou um crescimento anual de 4,7% no segundo trimestre de 2024, conforme revelado pelos dados oficiais publicados nesta segunda-feira, 15 de julho. O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas e coincide com uma reunião crucial dos líderes do Partido Comunista da China (PCCh) sobre o futuro econômico do país.

A China, a segunda maior economia do mundo, está enfrentando uma crise de dívida no setor imobiliário, além de um consumo fraco, envelhecimento da população e tensões comerciais com o Ocidente. Os números de crescimento foram divulgados pouco antes do início da terceira sessão plenária do Comitê Central do PCCh, liderado pelo presidente Xi Jinping.

Essa reunião, que deve definir as diretrizes econômicas do país para os próximos cinco anos, começou nesta segunda-feira em Pequim, a portas fechadas, e terminará na quinta-feira, 18 de julho, segundo a agência estatal Xinhua.

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“O PIB subiu 5,3% em uma base anual no primeiro trimestre e 4,7% no segundo trimestre”, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) em um comunicado. O resultado ficou aquém dos 5,1% previstos por analistas consultados pela Bloomberg e é o menor índice registrado desde o início de 2023, quando a China suspendeu as rígidas restrições contra a pandemia de covid-19 que penalizavam a atividade econômica.

“É necessário consolidar as bases de uma recuperação econômica e um crescimento saudáveis”, admitiu o ONE. As vendas no varejo, uma medida-chave do consumo, caíram para 2% em junho, após 3,7% em maio, segundo o ONE. A produção industrial, por sua vez, cresceu apenas 5,3% em junho, contra 5,6% no mês anterior.

Ajustes e Reformas

No início da reunião, o presidente Xi Jinping apresentou um “relatório de trabalho”, conforme informou a agência Xinhua. Ele também “expôs um projeto de decisão do Comitê Central sobre o aprofundamento da reforma e o avanço da modernização da China”. Pequim revelou poucas pistas sobre o que pode estar em discussão, mas Xi indicou que o partido planejava reformas “importantes”.

Historicamente, esta reunião tem provocado grandes mudanças na política econômica. “É uma reunião política (…) e não sobre a resolução de problemas econômicos concretos”, afirmou o economista Larry Hu, do banco Macquarie. Contudo, vários analistas econômicos esperam medidas de apoio à atividade.

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Sarah Tan e Harry Murphy Cruise, da Moody’s Analytics, acreditam que serão aplicados “ajustes” para desenvolver o setor de alta tecnologia e que serão anunciadas “algumas medidas de apoio ao setor imobiliário”. O Diário do Povo, jornal oficial do PCCh, destacou na semana passada que a reforma “não consistia em mudar de direção”.

Na terceira sessão plenária de 1978, o então presidente Deng Xiaoping promulgou reformas que colocaram a China no caminho de um crescimento econômico significativo, com a abertura ao mundo. Para o conjunto do ano, o governo almeja um crescimento “ao redor de 5%”, um índice invejável para muitos países, mas ainda distante das taxas de crescimento de dois dígitos que a China registrou nas últimas décadas.

Nos últimos anos, as autoridades têm buscado basear o crescimento na inovação, alta tecnologia e consumo interno, em vez de grandes investimentos estatais em infraestruturas. No entanto, a incerteza econômica está freando os gastos das famílias, e a atividade econômica permanece afetada pelo grande endividamento no setor imobiliário.

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