A adoção do serviço de delivery continua em ascensão nas franquias de alimentação, mesmo com o retorno dos consumidores ao atendimento presencial. De acordo com a 13ª Pesquisa Anual Setorial de Foodservice 2024, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) em parceria com a consultoria Galunion, o segmento de delivery teve um aumento significativo em 2023. O estudo foi divulgado durante a ABF Franchising Week, evento realizado esta semana em São Paulo.
Em 2023, as redes de alimentação registraram um crescimento de 19% no faturamento, atingindo R$ 61,9 bilhões. O número de unidades também cresceu, somando 45,7 mil, um aumento de 12% em relação a 2022. Além disso, o número de redes passou de 857 para 938, representando um avanço de 9%.
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A pesquisa, que incluiu 64 redes representando 11.260 pontos de venda, revelou que quase metade dessas unidades (49%) estão localizadas em ruas, 34% em shopping centers e 17% em centros comerciais. Os tipos de culinária mais populares são cafeterias/chás (14%), comida variada/brasileira (13%) e asiática (13%).
Dos entrevistados, 95% utilizam o delivery como canal de venda, que representa, em média, 31% do faturamento das unidades. Entre essas marcas, 57% utilizam aplicativos próprios e de terceiros, enquanto 43% dependem exclusivamente de plataformas de terceiros. O iFood foi mencionado por 100% dos negócios, seguido por WhatsApp (52%), aplicativos próprios e websites (41%), Rappi (40%) e telefone (34%).
Entre 2022 e 2023, 76% das marcas relataram crescimento no uso do delivery, com 33% dessas marcas registrando um aumento superior a 10%.
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Simone Galante, CEO da Galunion, destacou que, embora as vendas presenciais estejam aumentando, o delivery se tornou um elemento crucial para a receita das franquias, tornando-se um hábito regular entre consumidores de várias gerações. “Identificamos que 76% das marcas enfrentam desafios em comunicar-se com os consumidores. Muitas estão investindo em aplicativos próprios e programas de fidelidade para obter informações sobre os clientes e fortalecer o relacionamento com eles”, afirmou Galante.
Além disso, 94% das marcas consideram os programas de fidelidade importantes para suas estratégias empresariais. Outros desafios mencionados incluem a implementação de pedidos via WhatsApp (52%) e a antecipação de recebíveis através de métodos como débito e Pix (29%).
Desafios de Margens Estreitas
A maioria das marcas (88%) registrou aumento nas vendas em 2023, com 22% relatando um crescimento anual superior a 15%. No entanto, as empresas estão sob pressão devido ao aumento dos custos: 97% reportaram aumento nos lucros, mas apenas 16% tiveram um crescimento acima de 15%.
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“Apesar dos bons resultados, o setor de food service enfrenta desafios com a inflação e o aumento de custos e impostos. Muitas marcas não conseguem repassar esses custos aos consumidores, resultando em margens apertadas”, afirmou Tom Moreira Leite, presidente da ABF.
Os custos de mercadoria vendida (CMV), que incluem itens como descartáveis, logística e mão de obra, representaram 34,3% do faturamento bruto em 2023, ligeiramente abaixo dos 34,4% de 2022. Os custos com pessoal subiram de 18,9% para 19,6%. Em relação às despesas de ocupação, as lojas em shopping centers registraram uma taxa de 16%, enquanto as localizadas em ruas tiveram 10% e as em galerias ou centros comerciais, 13%.
Além disso, 94% das redes enfrentam dificuldades para reter talentos. Oito em cada dez (81%) investem em premiações por metas atingidas, 50% em treinamentos de liderança e 48% no desenvolvimento de gestão.
João Baptista, coordenador da Comissão de Alimentação da ABF, acrescentou que, entre os tipos de capacitação promovidos pelas marcas, 100% dos respondentes focam no operacional e 95% em atendimento e vendas, seja de forma presencial, gravada ou ao vivo/online.
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