Imagine dar ordens a dispositivos eletrônicos, escrever textos ou mesmo ter conversas completas usando apenas a força da mente, esse cenário, que parecia ficção científica, está se tornando realidade graças a um novo avanço tecnológico.
Cientistas desenvolveram uma interface cérebro-computador que permite a comunicação por meio de pensamentos, conforme relatado em um estudo publicado na revista Nature Human Behaviour.
Neste inovador experimento, pesquisadores implantaram microeletrodos no cérebro de duas pessoas, diferente de outros estudos, os implantes foram colocados no giro supramarginal, uma área do cérebro que não havia sido explorada anteriormente para esse tipo de tecnologia.
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Após a implantação, os dispositivos foram treinados para reconhecer seis palavras e duas pseudopalavras (expressões sem significado lógico), entre elas “colher”, “píton”, “cowboy”, “campo de batalha”, “natação” e “telefone”.
Duas semanas após a implantação, os cientistas começaram a coletar dados enquanto os participantes se imaginavam pronunciando as palavras exibidas em uma tela, a interface cérebro-computador processa a atividade cerebral e utilizando um modelo computacional, conseguiu prever as palavras pensadas.
O dispositivo alcançou uma precisão de 79% com o primeiro participante e 23% com o segundo. Sarah Wandelt, autora do estudo, explicou que a variação na precisão pode estar relacionada ao envolvimento de diferentes subáreas do giro supramarginal no processo de fala subvocal.
Estudos anteriores já haviam indicado que essa região do cérebro é ativada durante a fala subvocal e em tarefas que envolvem decisão de rima, sugerindo que ela é uma área promissora para implantes de interface cérebro-computador.
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Este avanço é particularmente significativo para indivíduos com lesões na medula espinhal ou outras condições que limitam a mobilidade e a capacidade de comunicação, embora ainda em estágio inicial, a tecnologia tem o potencial de transformar a vida dessas pessoas, oferecendo uma nova forma de interação com o mundo.
No entanto, os pesquisadores destacam que ainda há um longo caminho a percorrer, além de testar palavras isoladas, é necessário verificar o desempenho da tecnologia na formulação de frases completas.
Ainda assim, os resultados são promissores e abrem caminho para aplicações clínicas futuras, onde microeletrodos poderiam proporcionar meios de comunicação eficientes para aqueles que não podem se mover ou falar.
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