Para muitos profissionais, passar longas horas sentado diante de um computador é parte integrante da rotina. No entanto, pesquisas evidenciam que essa prática pode ser prejudicial à saúde.
De acordo com um estudo disponível na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, cerca de metade dos adultos norte-americanos passa mais de 9,5 horas diárias sentados, abrangendo mais de 80% do seu tempo de lazer, seja no carro, em uma mesa ou diante de uma tela.
Uma pesquisa envolvendo 2.000 trabalhadores remotos e híbridos revelou que 60% deles experimentaram uma redução de mais de 50% na mobilidade ao trabalhar remotamente.
Os trabalhadores remotos, em média, percorrem apenas 16 passos da cama até o local de trabalho. Durante um dia típico de trabalho remoto, um em cada três profissionais permanece sentado o dia inteiro, enquanto 63% se levantam apenas para ir ao banheiro ou à cozinha. Ademais, 24% nunca deixam suas casas. Quase metade dos trabalhadores remotos estima realizar menos de 1.000 passos durante o expediente, apesar dos 8.000 passos diários recomendados por especialistas em saúde. Além disso, 50% relatam aumento da dor lombar, 48% de dor nos ombros e 52% de fadiga ocular.
Impactos do sedentarismo
A condição humana não foi projetada para períodos prolongados de sedentarismo. Isso acarreta em uma redução do fluxo de sangue e oxigênio, além de contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de desenvolver doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Estudos apontam que o hábito de permanecer longos períodos sentado pode ser tão prejudicial para a saúde quanto o tabagismo, aumentando em até 80% o risco de morte por doenças cardiovasculares. Adicionalmente, adultos com mais de 60 anos que passam mais de 10 horas diárias sentados têm um aumento no risco de desenvolver demência.
Conforme uma pesquisa conduzida pela Sociedade Americana contra o Câncer, mulheres que ficam sedentárias por mais de seis horas diárias têm uma probabilidade 34% maior de mortalidade em comparação com aquelas que são mais ativas. Para os homens, essa probabilidade é aumentada em 18%.
Importância do movimento
Por outro lado, o Colégio Americano de Medicina do Esporte enfatiza que os trabalhadores que se exercitam por pelo menos 45 minutos por semana tendem a faltar de 25% a 50% menos ao trabalho por questões de saúde. Estudos britânicos também indicam que indivíduos de meia-idade que se exercitam pelo menos duas vezes por semana têm uma redução de 60% no risco de desenvolver Alzheimer em comparação com aqueles que são sedentários.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de atividades físicas tanto durante o lazer quanto no ambiente de trabalho para promover e manter a saúde e o bem-estar. A realização regular de exercícios físicos reduz o risco de desenvolver ansiedade em quase 60%. Mesmo em situações em que não seja possível frequentar uma academia, especialistas recomendam a prática de exercícios leves durante os intervalos de trabalho, como ficar em pé ou fazer uma breve caminhada, o que pode ter um impacto significativo na saúde física e mental.